quinta-feira, 5 de junho de 2025

2029

Parece haver um certo padrão no desenvolvimento do modo capitalista de produção, de tal sorte que a cada cem anos observa-se uma grande revolução tecnológica que de certa maneira perturba seu evolver linear: destarte, após a grande revolução industrial inglesa da segunda metade do século XVIII, constata-se a revolução industrial do final do século XIX que instituiu a grande indústria mecânica de bens de consumo duráveis, máxime no setor de transporte com destaque para o autormóvel e, hodiernamente, desde a década de 1980 aproximadamente, vivemos o período da atual revolução digital, que completou a subsunção do trabalho no capital ao submeter todas as potencialidades da força de trabalho, tanto físicas quanto intelectuais. 

Christine Lagarde, a toda poderosa advogada francesa, atualmente na presidência do Banco Central Europeu, ao que tudo indica, também percebeu tal padrão secular acima deslindado, postulando recentemente que a década de 2020 repete os anos 1920, nomeadamente no que pertine ao recrudescimento do nacionalismo econômico, com reveses na cadeia de suprimentos e na integração do comércio mundial, bem assim o notável progresso tecnológico, de tal forma que sugere uma provável nova era de crise sistêmica, em breve, no âmago do capitalismo global. 

Será que o ano de 2029 repetirá a grande depressão de 1929?

Estaremos preparados para soterrar definitivamente o iníquo e ineficiente modo capitalista de produção?




por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador. 

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