sábado, 7 de junho de 2025

PRODUÇÃO E CIRCULAÇÃO DA FORÇA DE TRABALHO COMO MERCADORIA

Vimos, neste portal eletrônico, como Karl Marx incorreu em aporias e tautologias em decorrência do incipiente desenvolvimento da força de trabalho como mercadoria na época em que elabora sua obra prima, O Capital, pois somente neste século XXI, com a revolução digital, a força de trabalho foi completa e plenamente transformada em mercadoria mediante a subsunção total do trabalho no capital, isto é, a submissão completa de todas as potencialidades do trabalho, tanto físicas quanto intelectuais, ao domínio do capital. 

Nesse diapasão, a força de trabalho eminentemente manual, que era produzida de forma não capitalista pelas tarefas domésticas no âmbito familiar, cedeu lugar, no século XXI, à força de trabalho eminentemente intelectual engajada na produção de software, que agora é produzida de forma capitalista no âmbito escolar e acadêmico pelo trabalho assalariado dos professores. 

Ora, é por isso que Karl Marx não se aprofundou na investigação percuciente da produção e circulação da força de trabalho como mercadoria, muito simplesmente porquanto ela não era produzida de forma capitalista na época de seus estudos, no século XIX.

De alguma forma, tal lacuna foi preenchida por Michal Kalecki e John Maynard Keynes em suas respectivas obras nos anos 1930, mas estes autores investigaram tão somente o processo de circulação da força de trabalho como mercadoria, e não o processo de sua produção, dada a incipiência do desenvolvimento da produção capitalista da força de trabalho como mercadoria, acima deslindada. 

Urge investigar, agora, este processo de produção capitalista da força de trabalho como mercadoria, de tal sorte que o locus por excelência deste processo é a escola e sua essência mais recôndita é o trabalho assalariado dos professsores. 



por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador. 

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