quinta-feira, 19 de junho de 2025

CAPITAL E TRABALHO ASSALARIADO

O valor de uso das mercadorias produzidas pelo capital, tirante o valor de uso da força de trabalho enquanto mercadoria, consiste em dado variável que deve ser investigado para cada capital individualmente considerado, fato que conduziu Karl Marx, em sua obra prima intitulada O Capital, a estudar a produção de mais-valia também individualmente, a saber, para cada capital individualmente considerado, de tal sorte a privilegiar a jornada de trabalho como seu foco por excelência, sendo certo que a taxa de mais-valia também é calculada individualmente, isto é, para cada capital individualmente considerado.

Mas Karl Marx deixou hialino nos Grundrisse que O Capital seria apenas a primeira parte de seu monumental estudo do modo capitalista de produção, o qual abroquelaria ainda mais cinco partes, concernentes à propriedade fundiária, ao trabalho assalariado, ao Estado, ao comércio exterior e finalmente ao mercado mundial e às crises. 

Vejamos um possível desdobramento de tal projeto de estudos, nomeadamente acerca do trabalho assalariado ou força de trabalho.        

O valor de uso da mercadoria consubstanciada na força de trabalho, por seu turno, consiste em dado constante e invariável, correspondente ao seu consumo produtivo no próprio trabalho gerador de mais-valia, o que faz da classe trabalhadora, obrigada a alienar sua força da trabalho ao capital, um todo homogêneo do ponto de vista internacional, de tal sorte que a investigação da taxa de mais-valia produzida por tal classe social deve suplantar a investigação meramente individual, ou seja, deve suplantar sua investigação para cada capital individualmente considerado. Tal investigação seria efetuada por Karl Marx precisamente na parte de sua obra monumental dedicada especificamente ao trabalho assalariado, como vimos acima.    

Nesse diapasão, este portal eletrônico vem esgrimindo a hipótese da TAXA SOCIAL DE MAIS-VALIA, consistente no tempo médio de vida laboral da classe trabalhadora subtraído pelo tempo de escolaridade média da mesma classe trabalhadora, cujo resultado é então dividido por este mesmo tempo de escolaridade média da classe trabalhadora. 

Tal hipótese encerra o condão potencial de capturar o grau de exploração social da classe trabalhadora como um todo homogêneo, isto é, cuja força de trabalho exibe um mesmo valor de uso, sendo particularmente incidente nos séculos XIX e XX, a saber, no período histórico daquilo que tenho denominado, aqui também neste portal eletrônico, por segunda fase da acumulação primitiva de capital, isto é, a fase que preparou a hodierna revolução digital, mediante constituição de um sistema público de ensino. 

Hipóteses sub judice. 





por LUÍS FERNANDO FRANCO MARTINS FERREIRA, historiador.        

Nenhum comentário:

Postar um comentário